Textos desconexos, indicações literárias, opiniões pessoais, muitas palavras em um visual simples e propositalmente minimalista.

  • Parágrafos perdidos (1)

    Recentemente comecei a montar Cards de Reels de séries, animês ou filmes que andei assistindo, para entender como esse tipo de comunicação funciona em Redes Sociais. Só que nem sempre é fácil criar um reels apenas com as chamadas já pensadas. Então preciso escrever… e para isso, crio um parágrafo inteiro, fazendo uma abordagem geral sobre o programa, afim de que a ideia seja condensada e se torne um reels.

    Basicamente são parágrafos perdidos mesmo. Feitos com o propósito de serem condensados em 3 ou 4 frases de efeitos que se tornam o reels. No passado, esses parágrafos seriam o ponto inicial de uma crítica completa sobre o programa. Muito mais detalhado, com mais argumentos e relatos da experiência com os programas.

    Infelizmente vivemos tempos em o conteúdo precisa vir super condensado, o mais curto possível, mais objetivo. Então, são textos inacabados. Ainda tenho conseguido publicar estes parágrafos em posts no Portallos (nas redes sociais cheguei a publicar junto aos primeiros cards, mas logo entendi que não há propósito nisso). Há tanto conteúdo nas redes sociais, que você só tem alguns segundos até que a atenção de alguém seja desviada para um meme, um animal fazendo algo ou qualquer coisa assim.

    Só que eu escrevi esse material, e não queria “jogá-lo fora“, por assim dizer. Então pensei em reunir eles, de tempos em tempos, aqui no Desligado, que foi criado para ser um espaço textual, de baixa visibilidade, e que pode comportar esse tipo de “arquivo morto“.

    Eis então, a primeira rodada de Parágrafos Perdidos, para textos inacabados…

    ***

    Round 6 chega em sua temporada final com a promessa de resolver elementos de seu universo, mas em algum momento do processo criativo acaba se esquecendo disso. O resultado é uma temporada com uma boa estrutura, mas repleta de clichês já estabelecidos, que prende o espectador, mas não faz jus a meta proposta por Seong Gi-hun. Uma temporada sem reviravoltas, sem impactar, ainda que os jogos sejam bem idealizados e as mortes sempre tristes, é tudo como esperado. Os jogos realmente chegaram ao fim?

    ***

    Jurassic World Recomeço não tem o impacto emocional que Jurassic World (2015) teve quando ressuscitou a franquia do consagrado livro de Michael Crichton, e muito menos parece ter a pretensão de abrir uma terceira trilogia para o universo cinematográfico. O novo filme é apenas mais uma diversão descompromissada com dinossauros, perfeito para as grandes telas dos cinemas, onde Scarlett Johansson e Mahershala Ali mandam bem demais em seus papéis, entregando personagens a qual você torce por eles do começo ao fim. Com uma ato inicial arrastado, o filme engata mesmo quando os dinossauros aparecem para valer. E o mais curioso? Não importam se são mutantes ou não, dinossauros são dinossauros no mundo nesse universo. Não importa se são inventados ou pautados pelo que dizem os estudos científicos.

    ***

    City The Animation em seu primeiro episódio já demonstra tudo que os fãs de Nichijou (2011) amam no trabalho do mangaká Keiichi Arawi, humor de gargalhar em situações cotidianas com reviravoltas cômicas e inesperadas, atualizado ao mundo de 2025, com piadas tipo “posta no grupo da família“, e muitas situações nonsense, entregue em uma linda animação alinhada com o estilo visual do autor, com fluidez, cores vibrantes e personagens que em poucos segundos em tela já criam a simpatia do espectador. E chega ao Brasil com uma incrível dublagem simultânea, junto ao episódio semanal. Imperdível.

    ***

    Contagem Regressiva não é uma série que está tentando reinventar o gênero dos seriados de ação policial, mas parece ter algo divertido aqui, parte pelo grande carisma do ator Jensen Ackles (Supernatural) e da boa química com Jessica Camacho, que protagonizam a série com um elenco de outros bons atores. Uma série com situações de infiltrações entre bandidos, conspirações e bombas, ação quando coisas dão errado e sempre com esse conceito de “trabalho em equipe” de uma força tarefa criada com pessoas que nunca trabalharam juntas, lideradas pelo Eric Dane em mais um papel em que ele parece se sentir confortável. Soa promissora como uma série pipoca semanal, mas ainda não parece abalar nenhum estrutura de seu gênero.

    ***

    Dexter: Pecado Original em sua primeira temporada respeita todo o legado que sua série original (Dexter 2006-2013) construir por tantos anos, e se aproveita de todo um passado já estabelecido, mas nunca mostrado com tanta riqueza narrativa na série original. Inicialmente Patrick Gibson pode soar estranho como um jovem Dexter, porém não demora a convencer, e o ator acaba brilhando no papel, talvez parte porque sua voz interna (o narrador) foi interpretado por Michael C. Hall, o Dexter original. E por mais que o passado, presente e futuro de muitos personagens presentes na série já seja conhecido pelos fãs, acompanhar suas trajetórias iniciais se mostrou divertido e interessante. Já renovado para uma segunda temporada, o projeto ainda tem fôlego para mais histórias do começo de carreira desse personagem tão polêmico e contraditório.

    ***

    Gachiakuta é uma das mais aguardadas estreias da temporada, baseado no famoso mangá de Kei Urana. Apesar de ser cedo demais para julgar sua narrativa com base apenas no episódio de estreia (e sem dar spoiler olhando para o que há no mangá), o que se pode tirar do primeiro episódio é a entrega de uma belíssima animação, produzida pela Bones, enquanto a história começa a costurar uma trama de Fantasia Sombria, onde parece haver um forte apelo de crítica e injustiças sociais, entre ricos e pobres, em meio a um assassinato enigmático e um protagonista condenado injustamente, sofrendo a pior das punições, prometendo se vingar e encontrar respostas sobre o que realmente aconteceu. Chegando ao Brasil com dublagem simultânea pela Crunchyroll.

  • Temporalidade (1) | Já se passaram quarenta anos?

    Hoje este pensante editor completa 40 anos. Fechar uma década é um momento reflexivo para qualquer ser humano. Não importa se são 10, 20, 30 ou 40… a vida humana é finita e mesmo que se atinja a idade secular, a disposição de energia do corpo vai cobrando seu preço década a década.

    Se o olhar da mortalidade não é tão visível assim aos vinte, para muitos essa jornada começa a te cutucar aos trinta ou quarenta, pois aí surge as famosas dores, especialmente nas costas, uma grande inimiga dos seres bípedes. Mas outros sinais vão surgindo e você mal percebe. Não bate mais aquele almoço como se você nunca mais fosse almoçar na vida, não sair correndo (a pé) para algum tipo de compromisso senão vai chegar lá como se tivesse acabado de sair de uma piscina e passar a madrugada em claro jogando ou assistindo TV vai se tornar uma missão altamente improvável. Os sinais começam devagar, mas logo estão por toda a parte. Isso é fato.

    Tirinha do @galvaobertazzi publicada em suas redes sociais em 29/07/24.

    Dito isso, acho curioso que sob a perspectiva de quem acabou de completar 40 anos, sinto que pouco mudei nestas últimas décadas. Houve sim uma evolução, um amadurecimento, mas quando olho para certos adultos ao meu redor, vejo que a vida de muitas pessoas mudam tão abruptamente que se elas voltassem 20 anos no tempo, talvez não se reconhecem mais.

    Pessoas envelhecem e param de gostar de coisas que sempre gostaram. Abandonam hobbies. As vezes até soam como velhas vitrolas que só apreciam os mesmos discos. Param de acompanhar novidades. Envelhecer as vezes é um ato que maltrata e amarga algumas pessoas. Algumas trabalham exaustivamente, passam por rompimentos amorosos, se decepcionam e aquela alegria da juventude vai se perdendo. Os traumas da vida as modificam, e elas se perdem.

    Claro que também tem as pessoas que se encontram com o tempo. Passam a curtir novas coisas e entendem que estes novos hobbies são muito mais legais do que os antigos. Porém, quando isso ocorre não é como se a pessoa deixasse de gostar daquilo que gostava no passado, é uma troca mais sadia, que respeita aquele passado e não há uma interrupção abrupta da persona com ela mesmo. Bem, não sou filósofo, e nem psicólogo, para expandir isso. Deixamos isso no achismo mesmo.

    Tirinha de Jim Davis, criador de Garfield, publicada na GoComics em 17/06/16.

    De volta aos meus 40, como estava dizendo, sinto que não mudei tanto assim. Ainda gosto de boa parte de tudo que me divertia desde os anos iniciais, assim como o que foi descoberto na adolescência. Sou adepto da boa leitura, de livros de ficção científica, suspenses e literatura de alto valor mundial, mas também sigo lendo mangás e até mesmo quadrinhos, de Disney aos imutáveis super heróis Marvel e DC.

    Videogames? Esse é um universo que faz parte do meu DNA e nunca parece que vai me cansar. Adoro escrever sobre, adoro testar novas ideias e mecânicas, assim como amo certos gêneros. É verdade que com a idade existem muitas situações de “bem, eu já vi isso e não é mais uma surpresa“, e aí a empolgação muitas vezes não é equivalente ao que uma geração gamer mais nova tem para com certas obras. É a primeira vez deles nisso, mas eu já rodei 40 anos nessa estrada e já vi muita coisa. Muita mesmo.

    Mas é curioso como jogos eletrônicos é um ponto que evoluiu nas últimas décadas, acompanhou o crescimento das pessoas, mas ainda assim é um dos entretenimento que mais parecem perder as pessoas ao longo de décadas. Há muitas pessoas que jogavam aos 20 e quando chegam aos 40, nem sabem mais o que é videogame. Por que essa desistência? Difícil explicar. Uns acabam enfrentando desafios maiores: a vida adulta, seja profissional, seja do relacionamento, seja dos eventos sociais, seja financeiros. Mas certamente o maior contratempo é o tempo. “Não tenho mais tempo“. Você já deve ter ouvido essa justificativa em algum momento da sua vida. Se não ouviu, espere mais uma década, que ela irá chegar.

    Tirinha de Jim Davis, criador de Garfield, publicada na GoComics em 19/06/24.

    Pra mim esse é o maior contratempo do envelhecimento: encontrar mais tempo. Cheguei aos 40 e tenho pilhas de coisas pra ler, para assistir, para jogar. E sem qualquer expectativa de que um dia colocarei tudo em dia. Alias, acredito que ter mencionado algo assim em algum lugar quando fiz 30 anos. Nada mudou. Tempo continua sendo o maior inimigo do ser humano.

    E aos 40 passamos a perceber como o tempo é realmente cruel. Aos vinte também você ainda não tenha perdido pessoas ao seu redor para a morte, mas conforme você envelhece, esse elemento inevitável da vida passa a lhe rodear. E não estou falando apenas de avós ou velhinhos. Chega um momento da vida em que você encontra alguém que se foi e era mais jovem do que você. A vida dessa pessoa se esgotou cedo demais. Essa é uma das maiores tristezas do envelhecimento, lidar com a perda das pessoas nesse mundo, o buraco deixado e a tristeza que isso causa. Você luta e vence isso, mas a morte é uma constante cada vez maior conforme se envelhece.

    Nestes meus 40 já tive algumas despedidas de pessoas que faziam parte desde plano e precisaram ir embora muito cedo. Algumas pessoas se partem repentinamente e as vezes você recorda delas como se ainda estivessem por aqui, de tão presente que suas almas eram nesse plano. Você se recorda de bons momentos com estas pessoas, de suas importâncias aos seus entes queridos, sorri e pensa “ela era uma pessoa incrível.“. Ano passado tive um conhecido que se partiu tão rápido e de uma forma inesperada que você coloca em cheque o propósito da balança da vida e da morte, e quão insano é a roleta a qual vivemos.,

    Chegar aos 40 é também uma vitória, e consigo celebrar a memória de todas as pessoas queridas que se foram nos últimos anos. O luto é algo presente, mas que você tem que vencer. Entretanto, sempre fico com a sensação de que pensar na morte é como aquela corrente de ar que passa pelo corpo e vem aquele frio na espinha. Inevitável.

    Disso claro que surge aquele pensamento sobre o tempo que lhe resta nesse plano. Já foram quarenta anos, então há uma probabilidade bem alta de que o rolê já está na metade de sua jornada. Para muitos menos, os 50 e 60 anos sempre esbarram em muitos desafios na pasta da saúde. Se cuidar torna-se uma questão essencial. Envelhecer é uma bosta nesse sentido, convenhamos. Só que ficar pensando na sua finitude não é saudável e nem recomendado. Viva enquanto ainda há vida. É um bom lema, não?

    Tirinha de Jim Davis, criador de Garfield, publicada na GoComics em 14/06/23.

    Muitos também chegam aos 40 pensando em seus objetivos e meta da vida. Angustiados ou preocupados de não ter deixado uma marca no mundo. Será que precisamos de fato de um papel em vida? Nem todo mundo será um grande líder, ou um grande revolucionário, ou alguém famoso, ou um gênio que mudará o curso da humanidade. A grande maioria é só poeira estelar de um cosmo infinito. E está tudo bem!

    Penso que a grande sacada de estar vivo é aproveitar os pequenos momentos. Viver um dia de cada vez e desfrutar das pequenas alegrias. Viva para seu bem. Não viva pelo seu trabalho, por metas muitos distantes, pelos outros ou objetivos existências como “vencer na vida“. A vida não é algo pra ser vencida, é para ser vivida. E muitos não vivem (de fato), pois estão tentando vencer algo que é imposto por regras sociais de um sistema que tende a escravizar pessoas, tomar seu tempo, suas felicidades e pequenos prazeres. Não caia nesse armadilha! Ao menos não todos os dias, em todos seus minutos. Tenha responsabilidades, mas não deixe de desfrutar as pequenices da vida.

    Da minha parte, chego feliz aos 40 anos. Não me tornei presidente ou alguém importante. Não me tornei milionário ou rico o suficiente para ter uma casa no litoral. Contudo, tive minha cota de conquistas, que me trazem felicidade e tranquilidade para pensar que não joguei fora quatro décadas. Sou feliz por ter encontrado o amor da minha vida muito cedo, e estar com essa pessoa maravilhosa desde então. Claro que passamos perrengues, momentos sombrios e de questionamentos, porém vencemos distâncias, e seguimos juntos, nos amando, todo dia um pouco mais. Sou grato pelo passado e presente, e o futuro, vou descobrir quando chegar lá.

    Mas não só isso, tive minhas conquistas como um adulto em uma sociedade cheia de regras. Tenho um emprego estável há anos. Sobrevivi a uma pandemia global. Mesmo aos 40, a tecnologia não me assusta e encaro novidades assim que são arremessadas na minha fuça. Gosto dos meus hobbies e mantenho parte dos mesmos desde que considera um ser pensante. Fiquei mais críticos a certa coisas, enquanto a terapia descobriu novos lados da minha personalidade, de quem sou, que moldaram meu eu de 40. Tenho mais consciência de quem sou, de uma forma que nunca tive na vida. Isso, por sinal, é incrível, pois há pessoas que vivem toda sua finitude e nunca descobrem de fato o que realmente são. E talvez eu seja mais, não sei, espero ter mais algumas décadas para descobrir.

    Não posso deixar de comentar que a paternidade também algo emocionante. Talvez minha segunda maior conquista nessa vida existencial (pois a primeira foi ter encontrado um amor genuíno, e não é tão fácil assim). Descrever a sensação de ter um ser criado do zero, educar, vê-lo crescer, descobrir que ele te ama, que você o inspira, a importância de como suas atitudes o moldam e que a sua vida está entrelaçada com esse futuro, inclusive quando não mais estiver nesse plano de vida, é realmente muito difícil de descrever. É um tipo de felicidade que não se põe em palavras. Você apenas a sente.

    Tirinha de Jim Davis, criador de Garfield, publicada na GoComics em 15/06/19.

    Por fim, para terminar… o aniversário. Essa é uma discussão que vem desde os trinta. Quando se é criando, você adora aniversário. Espera pelos presentes, pela festa, pela celebração. Isso é algo que, ao menos pra mim, se perde com o envelhecimento. Presentes? Ora, essa, sou auto suficiente. Posso comprar o que quiser, quando quiser. Estamos no país do parcelamento e do cartão de crédito. Não tenho que esperar meu aniversário por um videogame ou qualquer outra coisa. É por ser um adulto e poder consumir o que bem entender.

    Algumas pessoas apreciam a festa, reunir as pessoas e tal. Bem, isso não funciona comigo devido algumas inabilidades sociais, entre outros dilemas. Aprecio mais a paz, estar com as pessoas que estão comigo todos os dias, e na boa, não existe isso de esperar um aniversário para reunir amigos e pessoas queridas. Como adultos, é possível fazer isso quando bem entender. Festa, por si só, acabou se tornando uma espécie de convenção para encher a barriga de pessoas que você não vê com muita frequência. Particularmente acho uma baita bobagem. Mas tem quem goste. Acho que tudo bem também, pra você claro.

    Tirinha de Jim Davis, criador de Garfield, publicada na GoComics em 16/06/23.

    Volto a dizer que aos quarenta, prefiro os pequenos momentos. São nestes que reside a genuína felicidade. Não preciso de comemorações. Lembrar que estou ficando mais velho, que meus presentes já comprei ao longo do último ano. Aniversário a gente celebra nos pequenos detalhes. Na felicidade de acordar ao lado de alguém que você ama, de ver seu filho crescer, de estar sem dores e cuidando da saúde. A celebração está nos detalhes que tornam a sua vida feliz aos 40 anos. Quem bom que está tudo bem. Quer presente melhor do que isso?

    No mais, nada melhor do que iniciar o dia que você nasceu, tomando café com a pessoa amada, comendo uma coxinha e apreciando estarem juntos. As vezes, é na simplicidade que estão os melhores momentos que se pode ter. Seja seu aniversário, seja um dia qualquer. Apenas aproveite.

    Tirinha de Jim Davis, criador de Garfield, publicada na GoComics em 17/06/21.

  • Sonoridade (1) – More Than Words, adaptada para o português

    “Apago o texto que escrevi, depois começo de novo
    Será que nunca vou me decidir? De tudo penso em desistir.

    Pra mim o mundo é um lugar coberto de incertezas
    Fingir saber das coisas é pior porque não vai parar a dor.

    E não sei quando foi… de uns tempos pra cá, algo se perdeu
    Esqueci quem desejava ser, nem consigo ver antigos sonhos.

    Por medo de falhar, pensei “Pra que tentar? Nem vale a pena”
    Mas ainda não é tarde demais se eu quiser mudar esse meu caminhar.

    Trecho parcial da letra adaptada para o português de “more than words“, canção do 4º encerramento do animê Jujutsu Kaisen. Composição em português criada por @ZizibsSings‬, para uma versão cover produzida pelo canal Miura Jam.

    Clique para ouvir a versão completa no YouTube
    Clique para ouvir a versão completa no Spotify

    Já faz alguns meses que penso neste espaço, pausado por conta de outros assuntos que a vida adulta nos toma, e nos impede de levar pequenas ideias a frente. E quanto maior o hiato, mais difícil é encontrar uma maneira de retornar. E quando ouvi esse trecho da canção, senti que havia encontrado uma maneira de retornar.

    Essa frustração que o trecho diz, de escrever algo e ter que apagar para reescrever, por não ficar do agrado do autor, penso ser uma constante para qualquer um que coloque palavras em formato de texto. E a música continua, falando sobre incertezas, sentir-se frustrado, de perder propósitos. Isso me fez refletir no propósito de quando o Desligado foi criado.  Será que “algo se perdeu”?

    Essa é uma resposta que talvez só descubra se retomar suas atividades, ainda que paulatinamente. E é este o propósito deste texto: recomeçar! “Ainda não é tarde demais“.

    Mas não quero acabar esse texto tão rapidamente. Posso fazer um convite? Se puder, ouça a versão completa desta adaptação de more than words do canal do Miura Jam. Admito que não procurei a letra original em japonês para fazer uma comparação, mas acredito que seja algo muito parecido. Mas são as palavras em nosso idioma que mexe com nosso coração, não?

    A letra da canção começa falando sobre uma pessoa perdida dentro de si, não sabendo se está se expressando direito, se está sendo ouvida. Fala sobre se esconder para se sentir parte de um todo. O quão isso é atual, num mundo tão globalizado, onde somos vigiados pelas redes sociais, julgados a cada micro instante. Sobre esconder um sorriso, para que ninguém note a tristeza escondida. A letra é dura e ríspida em seu início.

    Mas essa pessoa encontra alguém, algo para dividir seus anseios. Que lhe entende. Mas ainda tem incertezas, essa pessoa ainda está aprendendo que errar faz parte de sua história. Então vem o trecho que mencionei aqui. Escrever, apagar, medo de falhar e decisão de seguir adiante, pois coisas melhores virão.

    A música vai crescendo, é uma história em atos, agora ela encontrou alguém, que dá sentido as coisas, e com isso vem a perda do medo, é preciso tentar. E então vem o refrão “eu entendi” que tanto se repete quando a música está prestes a terminar. A pessoa não está mais naquele local sombrio do começo, ela saiu dali e está numa jornada, se auto conhecendo, aprendendo. E vem a fala perto de seu final, “coragem é questão de escolha“. SIM, “mais do que falar” ela conclui.

    Não é uma canção maravilhosa? OUÇA (atento a letra).
    Parabéns aos responsáveis por esta brilhante adaptação!

Contato

Em breve será disponibilizado um e-mail para contato.

Botão Voltar ao topo