Textos desconexos, indicações literárias, opiniões pessoais, muitas palavras em um visual simples e propositalmente minimalista.

  • Trechos literários (1) – O problema com Utopias…

    Nenhuma Utopia jamais poderá dar satisfação a todo mundo, o tempo todo.

    À medida que suas condições materiais melhoram, os homens aumentam suas expectativas e vão ficando descontentes com os poderes e posses que, antes, pareciam estar além de seus sonhos mais loucos. E, mesmo quando o mundo exterior lhes tiver concedido tudo o que é possível, ainda permanecem as inquirições da mente e os anseios do coração. Arthur C. Clarke – O Fim da Infância, pág 119

    Assim abre o Capítulo 8 deste clássico de 1953. Este livro de ficção científica apresenta justamente esse mundo a qual seres espaciais chegaram ao Planeta Terra e dominaram toda a humanidade. O início de Independence Day, filme de 1996, tem como inspiração a forma como O Fim da Infância tem início, com grandes naves chegando simultaneamente ao planeta e pairando sobre as principais cidades de nosso mundo.

    As semelhanças param por aí e o livro tem outros rumos. Estes seres se auto denominam Seres Supremos e conseguem dominar todo o planeta, e impõem duras regras para que os problemas da humanidade sejam resolvidos. A tão sonhada paz mundial é atingida, a forma, a pobreza e todos os males da sociedade, imaginada por Arthur C. Clarke na década de 50, e que até hoje nos rodeiam, são de fato extintas.

    E este é um trecho que chamou a minha atenção, ao deixar bem claro que apesar de sonharmos em Utopias, nunca a alcançaremos em sua plenitude. Nunca resolveremos as inquietações da mente e do coração. Uma dolorosa verdade. Somos seres do caos e assim permaneceremos. O que não nos impede de balancearmos desigualdades deste mundo, mas sem nunca ficarmos obcecados com a tal Utopia dos contos de ficção.

    A quem se interessar:

    O Fim da Infância (Link na Amazon)
    325 páginas
    Arthur C. Clarke
    Publicado aqui pela Editora Aleph
    Lançado originalmente em 1953

    — Sinopse oficial

    Em plena Guerra Fria, enquanto russos e americanos se preparam para a corrida espacial, imensas naves surgem sobre as principais capitais do mundo, revelando um dos grandes mistérios da humanidade: O homem não está sozinho no universo.

    Seus ocupantes, chamados de Senhores Supremos, dominam a Terra de forma pacífica e melhoram substancialmente as condições de vida. A ignorância, a guerra e a pobreza deixam de existir, dando início a uma era de ouro. Porém, uma dúvida assombra a humanidade: quais seriam os verdadeiros objetivos dos Senhores Supremos? Até quando suas políticas iriam coincidir com o bem-estar dos homens? As respostas para essas questões podem revelar uma verdade aterradora.

  • Preâmbulo e Parâmetros (2) – Do nome Desligado ao seu conteúdo

    Feito uma explicação inicial sobre os motivos de um espaço digital próprio, indo na direção contrária de apenas usar as atuais redes sociais, creio que seja pertinente falar um pouco sobre a escolha do nome do site, assim como o que expectativas de conteúdo nessa primeira versão editorial.

    A respeito do nome, a bem verdade é que inicialmente o site se chamaria Desconexo, vindo da premissa de abrir um espaço com maior liberdade para fugir de uma certa cartilha para conteúdos dentro da atual internet. Livre de muitas imagens, layout minimalista, com liberdade para escrever simplesmente pelo prazer de escrever. Sem muitas amarras, sem conexão com outras tendências, projetos ou formatos modernos.

    Só que então descobri que esse nome para um domínio .com.br já existia… urgh… o que me obrigou a buscar uma alternativa, porém que mantivesse a essência do nome que agora nunca será utilizado. Por sorte nosso idioma é notório por seus sinônimos e palavras com significados equivalentes. Após algumas tentativas sem sucesso, acabei chegando ao Desligado, então disponível para registro, e que também casava com esse conceito de tirar da conexão, se desligar dos padrões, se distrair com algo qualquer, sair do ar. Perfeito!

    E quanto ao conteúdo?

    Nesse papo de buscar um espaço digital para escrever, certamente fica a dúvida: escrever sobre o quê? Um amigo me perguntou se seria um diário online. Prontamente respondi que não. Sim, é um espaço que certamente o utilizarei para escrever sobre algumas angústias da vida adulta. Algo que já fiz em outros espaços digitais que possuo, mas que hoje em dia não se encaixa muito bem ao local. Criar um novo apenas para isso fez mais sentido.

    Então talvez acabe aparecendo aqui para reclamar sobre o absurdo do atual preço do leite? Que por sinal me incomoda muito mais do que a gasolina (pois queijo não é um derivado do petróleo). Pois é, talvez tenha algo assim, mas só se houver reflexão o suficiente para soar interessante o debate. Dá para falar sobre sistema educacional, politicagem, religião, sentimentos negativos (talvez positivos) e assim por diante. Não deixa de ser um espaço terapêutico para trabalhar angústias. Escrever ajuda, fica a dica.

    Porém não acho que vou ter tanto assunto para tratar todos os dias aqui. E ainda que houvesse, certamente não teria tempo para escrever sobre tudo que acho que está errado nesse mundo. Ou seja, o Desligado não será um blog diário, ou semanal, ou mensal. Terá assuntos quando houver a necessidade e disponibilidade para tal. Não ter esse compromisso é um alívio, admito.

    Sendo assim, no ínterim entre textos mais pessoais ou reflexivos sobre contextos mundanos, também quero que o Desligado seja um depósito de pontuações interessante do mundo da leitura. E para isso penso em trazer aqui trechos interessantes de livros que esteja lendo (ou que me recorde já ter lido), descrições de bons diálogos em séries, filmes ou animações, crônicas de grandes autores da literatura entre outras indicações para alimentar aquele espaço cultural em nossa massa encefálica. Indicar materiais leituras ou reflexões é algo que me divirto fazendo e em um blog minimalista planejado para abrigar mais textos do que imagem parece um prato cheio para algo nessa direção.

    Claro que nesse momento, ainda estou revisando a linha editorial do Desligado. Ainda estou pensando em ideias e formatos para expor o conteúdo. Ainda nem cheguei a conclusão se devo abrir contas para o site em redes sociais. Nem mesmo os comentários estarão liberados nesse momento (algo que pretendo rever no futuro). O que eu sei nesse momento é exatamente o que estou escrevendo aqui. O futuro, amanhã descobrirei.

    Fim da segunda parte.

  • Preâmbulos e parâmetros (1) – A busca pelo próprio espaço digital

    Este espaço é um projeto que surgiu de um bate papo com alguns amigos, sobre a saudades de uma internet mais simples, de tempos já um pouco esquecidos. Na explosão dos fóruns de bate papo e do pré-histórico Orkut. Quando um site – ou blog se quiserem chamar assim – era muito sobre texto em cima de texto, de opiniões e reflexões sobre qualquer coisa, do que publicações com inúmeras de imagens, banners, memes e gifs animados para ilustrar um pequeno texto, como é feito hoje em dia. Era muito sobre o hábito de ler, sem tanto se preocupar com a estética visual em si.

    Foi um momento da internet antes dos vídeos e das redes sociais, ferramentas que hoje estão aí justamente para permitir que as pessoas se comuniquem, permitindo que opinem e falem sobre tudo e todos. O formato da comunicação mudou, e tudo bem ter mudado, até porque potencializou a acessibilidade para tal. Entretanto, pessoalmente sinto falta daquele modelo já ultrapassado… mais textual, menos visual. E aí começa a surgir a ideia de voltar ao passado, tentando emular a simplicidade e minimalismo de um outro momento digital.

    Claro que alguém vai dizer “você pode escrever nas redes sociais, não precisa de um site para isso“. É verdade, o Facebook está repleto de pessoas excelentes que usam o espaço como uma plataforma textual, publicando ideias, pensamentos, resenhas e ótimos textos. Sigo diversas pessoas assim, leio muita coisa boa assim. Também há redes sociais mais específicas, voltada para textos e até mesmo para escritores, como o Medium. Sei disso.

    Porém mesmo ciente destas ferramentas, sempre achei interessante a liberdade que a internet lhe dá para ter seu próprio espaço. Claro que utilizo as redes sociais, publicando bobagens, fotos pessoais, compartilhando memes e todo pacote de ações (fúteis ou não) que envolvem estar em uma plataforma assim, que lhe engaja a ficar horas interagindo por meio de comentários, likes ou RTs. O ponto é que esse espaço, por melhor que seja seu conteúdo criado lá, nunca será inteiramente seu.

    Ao menos é como me sinto usando as redes sociais. Isso me remete muito ao Orkut. Lembro de como era uma rede social gigantesca, com tanto conteúdo, tantas comunidades incríveis, com tantos textos, comentários e debates acalorados realizadas lá. E chegou um dia que tudo acabou. As bobagens e inutilidades tudo bem irem pro limbo e se perderem, mas havia muito conteúdo excelente lá que simplesmente não pode mais ser acessado. E não porque o autor desse texto resolveu tirar do ar (o que é seu total direito), mas porque a plataforma simplesmente chegou ao seu fim.

    Twitter, Facebook, YouTube são plataformas que estão muito mais consolidadas e nunca irão acabar como o Orkut? É o que todos imaginamos e apostamos nesse momento. Mas nunca é uma palavra complicada. Nunca diga nunca? E se um dia acabarem para que outra nova ferramenta da internet surja? E se isso acontecer, tudo bem tudo que você criou nestas plataformas irem para o mesmo limbo que tudo que o Orkut criou? Pois é, sei como isso soa paranoico, fora o problema com desapego também. Bem vindo a minha mente.

    Enfim, esta volta é só para justificar o porque de um espaço próprio para escrever e criar o que eu bem entender. É como ir a papelaria e comprar um caderno para escrever meus próprios pensamentos. A diferença é que este é um caderno digital e público, podendo ser acessado por qualquer um interessado em ouvir os pensamentos de uma pessoa qualquer.

    Fim da primeira parte…

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