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Preâmbulos e parâmetros (1) – A busca pelo próprio espaço digital

Este espaço é um projeto que surgiu de um bate papo com alguns amigos, sobre a saudades de uma internet mais simples, de tempos já um pouco esquecidos. Na explosão dos fóruns de bate papo e do pré-histórico Orkut. Quando um site – ou blog se quiserem chamar assim – era muito sobre texto em cima de texto, de opiniões e reflexões sobre qualquer coisa, do que publicações com inúmeras de imagens, banners, memes e gifs animados para ilustrar um pequeno texto, como é feito hoje em dia. Era muito sobre o hábito de ler, sem tanto se preocupar com a estética visual em si.

Foi um momento da internet antes dos vídeos e das redes sociais, ferramentas que hoje estão aí justamente para permitir que as pessoas se comuniquem, permitindo que opinem e falem sobre tudo e todos. O formato da comunicação mudou, e tudo bem ter mudado, até porque potencializou a acessibilidade para tal. Entretanto, pessoalmente sinto falta daquele modelo já ultrapassado… mais textual, menos visual. E aí começa a surgir a ideia de voltar ao passado, tentando emular a simplicidade e minimalismo de um outro momento digital.

Claro que alguém vai dizer “você pode escrever nas redes sociais, não precisa de um site para isso“. É verdade, o Facebook está repleto de pessoas excelentes que usam o espaço como uma plataforma textual, publicando ideias, pensamentos, resenhas e ótimos textos. Sigo diversas pessoas assim, leio muita coisa boa assim. Também há redes sociais mais específicas, voltada para textos e até mesmo para escritores, como o Medium. Sei disso.

Porém mesmo ciente destas ferramentas, sempre achei interessante a liberdade que a internet lhe dá para ter seu próprio espaço. Claro que utilizo as redes sociais, publicando bobagens, fotos pessoais, compartilhando memes e todo pacote de ações (fúteis ou não) que envolvem estar em uma plataforma assim, que lhe engaja a ficar horas interagindo por meio de comentários, likes ou RTs. O ponto é que esse espaço, por melhor que seja seu conteúdo criado lá, nunca será inteiramente seu.

Ao menos é como me sinto usando as redes sociais. Isso me remete muito ao Orkut. Lembro de como era uma rede social gigantesca, com tanto conteúdo, tantas comunidades incríveis, com tantos textos, comentários e debates acalorados realizadas lá. E chegou um dia que tudo acabou. As bobagens e inutilidades tudo bem irem pro limbo e se perderem, mas havia muito conteúdo excelente lá que simplesmente não pode mais ser acessado. E não porque o autor desse texto resolveu tirar do ar (o que é seu total direito), mas porque a plataforma simplesmente chegou ao seu fim.

Twitter, Facebook, YouTube são plataformas que estão muito mais consolidadas e nunca irão acabar como o Orkut? É o que todos imaginamos e apostamos nesse momento. Mas nunca é uma palavra complicada. Nunca diga nunca? E se um dia acabarem para que outra nova ferramenta da internet surja? E se isso acontecer, tudo bem tudo que você criou nestas plataformas irem para o mesmo limbo que tudo que o Orkut criou? Pois é, sei como isso soa paranoico, fora o problema com desapego também. Bem vindo a minha mente.

Enfim, esta volta é só para justificar o porque de um espaço próprio para escrever e criar o que eu bem entender. É como ir a papelaria e comprar um caderno para escrever meus próprios pensamentos. A diferença é que este é um caderno digital e público, podendo ser acessado por qualquer um interessado em ouvir os pensamentos de uma pessoa qualquer.

Fim da primeira parte…

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